domingo, 21 de janeiro de 2018

PORTUGAL / ANGOLA
Já há muito que Portugal e Angola andam “de candeias às avessas”, apesar de alguma classe política da nossa praça, tentar minimizar a desavença.

O anúncio do encerramento dos consolados Angolanos de Lisboa e Faro, levou a um coro comentários pouco abonatórios nas redes sociais, para com Angola, que quanto a mim não devem ser ignorados.

Há quem diga que Portugal e Angola, estão condenados a serem eternos parceiros, e que Angola, jamais encontrará outro país no mundo que a conheça e entenda como Portugal.

Não quero neste post focar-me no motivo das quezílias, que estão a levar ao extremar de posições por parte das autoridades de Luanda face a Lisboa. Quero apenas reflectir na reacção das redes sociais.

Concordo claramente que não existe nenhum país no mundo que conheça e saiba a intimidade e pensamento do povo Angolano, como Portugal. Isso é óbvio. Mas, será por quanto tempo? 

Não tenho dúvidas que na relação Portugal/Angola, um desprendimento da sociedade portuguesa para com Angola, trará indubitavelmente mais prejuízo para Angola.

Apesar dos Angolanos considerarem que Portugal necessita desesperadamente dos investimentos de Angola, não estou tão seguro disso. Sei que o mercado de Angola é de importância fundamental para a indústria portuguesa. Mas não é de economia que estou preocupado, porque em economia, mandam sempre as regras da economia e não as regras do relacionamento fraternal entre países.

Baseio as minhas evidências no facto dos seguintes pressupostos:
- desaparecimento de uma geração de Portugueses, que viveu e transformou Angola, levando consigo saberes únicos, não transmitidos;
- acomodamento de uma geração que nasceu em Angola, filhos de pais Portugueses,  que se estabeleceu em Portugal depois da independência mantendo somente laços de ternura para com Angola;
- o desabrochar de novas gerações que não têm qualquer tipo de relação com África, praticamente ignorando-a,  virando claramente os seus interesses pessoais, profissionais e de amizade para o território Europeu.
- a hipocrisia das elites Angolanas, que utilizam Portugal em seu favor, mas que em território Angolano, continuam a alimentar o ódio ao país colono, não facilitando, nem encorajando a um maior envolvimento relacional do povo Angolano, para com Portugal.

Muitos outros motivos poderia indicar, mas estes são aqueles que na minha óptica, mais peso têm no despreendimento da relação entre Portugal e Angola. 

E, nesta relação a tempo, não tenho dúvida que Angola ficará claramente a perder, porque jamais, encontrará um país que a compreenderá, entenderá e ame mais, do que Portugal.

Amanhã começa o Julgamento do Ex-vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, em Portugal. A única coisa que se espera é que João Lourenço, entenda que o interesse de Angola, está muito claramente acima de questões individuais.

2 comentários:

  1. Tudo ou quase tudo certo, menos o que é incerto e essa incerteza tem a ver com os laços. Apenas dois aspetos:
    - Quantos sócios angolanos são sócios do Benfica terão as cotas em dia?
    - Se fosse vivo Agostinho Neto faria em Setembro 95 anos. Que memória guardam do avô os seus netos? E os netos dos dirigentes da Casa do Império? E os milhares de netos dos sobas que eu conheci?

    Meu caro, a memória não se apaga por dá cá aquela palha... ou até mesmo por um palheiro inteiro...

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  2. Vi... li... gostei... fiquei...
    Te sigo... AbraçO

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