sábado, 31 de outubro de 2009

PÃO POR DEUS

Foto: Samuel Ramos Patrocínio
Não tinha previsto colocar nenhum post que versasse o Halloween. Não posso, contudo, deixar de o fazer, quando a velha tradição Portuguesa do “Pão por Deus”, foi literalmente substituída pela tradição anglo-saxónica do Halloween, popularizada pela máquina de Marketing, Norte-Americana.

Hoje, tal como muitas vezes fiz em criança, não vejo as crianças deste país, no dia 1 de Novembro a bater à Porta da vizinhança da aldeia e pedir o “Pão por Deus”. Hoje, batem à porta e dizem “Doçura ou Travessura”, na ânsia de receber alguns doces.

Naquele tempo, juntávamo-nos igualmente em grupos, e em todos os lares, a cada batida de porta, após dizermos que vínhamos pedir o “Pão por Deus”, mãos generosas, colocavam no nosso saco de tecido, figos secos, nozes, castanhas, romãs, passas ou cachos de passas, pinhões, e as tradicionais broas ou bolos podres. Cada lar dava o que tinha ou podia. Algumas vezes lá vinha alguma moeda.

Nós ficávamos felizes e a aldeia também, tinha-se cumprido a tradição. Nós éramos apenas só mais uns obreiros, daquilo que cada elemento da aldeia já tinha sido. Mais, se não fossemos a todas as casas, as pessoas ficavam como que “irritadas” e no dia seguinte, iam distribuir o “Pão por Deus”, que tinham destinado a cada criança.

Hoje, batem-me à porta e dizem “Doçura ou Travessura”, mas eu, apenas conheço a expressão “Pão por Deus.”

P.S. – Durante a feitura deste texto, não pude deixar de lembrar a “Ti” Levira; a “Ti” Deolinda, a “TI” Conceição, a “Ti” Guilhermina, a “Ti” Luciana, e muitas outras cujo nome a minha memória já não alcança.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

ESPÍRITOS

Foto: Samuel Ramos Patrocínio

Tresloucados, espíritos
Que vos atormenteis
Por prejuriosos
Dias, de uma infantil
Efemeridade,
Que em catapulta
Atravessa o vosso ser,
Embrenhando-se
Nas vossas almas
Corrompendo-vos o espírito.
Liberteis-vos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"PENSAR" AMBIENTE

Foto: Samuel Ramos Patrocínio

Parece-me sensato, que se comece o que se tenha de se começar pelo princípio, e o princípio em Ambiente, no meu entender é mostrar o porquê da importância de se falar em Ambiente ou, por outras palavras, dizer porque é que se tem que “pensar” Ambiente e, só depois mostrar caso por caso, a necessidade de agir de determinada maneira em prol do Ambiente.

Um cidadão apenas modifica os seus hábitos de vida, quando entende o princípio basilar de um determinado assunto. Entendido esse princípio, gradualmente e de forma crescente, percepciona as fracções que compõem esse princípio basilar.

Porque é que muitas Campanhas de Educação Ambiental acabam por ser um fiasco? Porque se partiu de uma fracção, sem que o receptor tenha entendido o princípio que norteia essa Campanha.

Em Ambiente o princípio basilar é simples e facilmente perceptível. Quem entender que o Ambiente é um legado, cujo deve ser mantido e transferido à geração seguinte, pelo menos em melhores condições, do que foi recebido, sobre pena de inviabilizar de forma irreversível, ou na melhor das situações, diminuir a qualidade de vida de filhos e netos, entende, que eventualmente necessita de arrepiar caminho nos hábitos de vida.

Entende que não é necessário, mas imperioso “PENSAR” Ambiente.

Texto: Publicado há cerca de 4 anos, na Agenda Municipal de Vidigueira.

domingo, 18 de outubro de 2009

ONTEM NÃO APOIEI O MEU BENFICA


Por aquilo que a minha memória consegue alcançar, ontem terá sido a primeira vez que não “puxei” pelo meu Benfica, e não podendo haver outro resultado, até teria ficado não feliz, mas contente se o glorioso tivesse esbarrado aos pés do Monsanto.

Não “puxei”, porque outros valores sentimentais se ergueram. Jamais poderia deixar de apoiar, um clube do meu concelho, que o mesmo é dizer da “minha terra”. Apoiei, o Monsanto, como apoiaria, o meu Atlético Clube Alcanenense, o Mindense, o Vila Moreira, o Malhou, o Gouxaria, o Filhós, o Espinheirense, o Louriceira, o Bugalhos, o Pousados, o Covão do Coelho, o Serra de Santo António, o Moitas Venda e os Marítimos de Alviela da minha aldeia da Raposeira.

Embora residente na Margem Esquerda do Guadiana, tenho acompanhado sempre o Futebol do meu Concelho de Alcanena. E, se tenho ficado triste, por aquilo que passou o Atlético, agora felizmente em recuperação, e outros clubes como o Vila Moreira, o Mindense e o Espinheirense e ainda o Amiense do Concelho vizinho de Santarém, tenho também ficado muito feliz, pela subida meteórica do Monsanto, desde a Inatel, até à Segunda Divisão Nacional.

É, um orgulho para as gentes de Monsanto, mas para mim também, e para todo o Concelho de Alcanena, uma aldeia com cerca de 1200 habitantes, ter conseguido a proeza de ter uma equipa na Segunda Divisão Nacional.

Nestes momentos como o de ontem, em que o Monsanto defrontou o Benfica, para a Taça de Portugal, recordei-me de alguns velhos companheiros de Escola, desde a Preparatória até ao Secundário, como o pequeno, grande Telmo, e se a memória não me falha, da sua empresa de vasouras, ou o Júlio, da empresa de velas, entre muitos outros. E, já que estamos a falar de Futebol, a memória leva-me a outro colega, grande jogador de Futebol, da vizinha terra de Amiais de Baixo, o “Cabé”.

Naturalmente, também não pude deixar de lembrar, que durante cerca de dezasseis anos, todos os dias da minha casa, olhando na Direcção da nascente do nosso Rio Alviela, lá estava, lá está e estará a aldeia de Monsanto.

Embora fisicamente longe, Monsanto e as suas gentes, podem ter a certeza, que no Alentejo, há alguém e este blog, firmemente a torcer sempre pelo Grupo Desportivo e Recreativo de Monsanto.

Bem Hajam.

domingo, 11 de outubro de 2009

BARACK OBAMA - PRÉMIO NOBEL DA PAZ?


Provavelmente deve ser incapacidade minha, ou falta de conhecimento, mas a verdade é que apenas consigo encontrar dois argumento plausíveis, para que Barack Obama, tenha sido agraciado com o Nobel da Paz.

Não lhe reconheço para já, qualquer feito, que motive a atribuição de um prémio com a grandeza do Nobel da Paz. Creio mesmo, que a Academia Nobel, tomou uma atitude que a tempo a poderá descredibilizar, atendendo às funções do visado, que, naturalmente, por muito que não queira, terá necessariamente que fazer a defesa dos Estados Unidos, e isso por tradição, implica muitas vezes tomar uma atitude, que à PAZ muito fica a dever.

Argumento 1 – Tentativa de condicionar a política externa Norte-americana, obrigando moralmente Obama a inflectir ou a tomar medidas menos agressivas e, implicar a opinião pública Americana nessas decisões, se os interesses Americanos forem molestados. Contudo não acredito que perante, “agressão” séria a esses interesses, Obama consiga resistir à pressão dos lobbies e opinião pública.

Argumento 2 - Falta de capacidade de pesquisa e pouca imaginação da Academia Nobel, para entregar o prémio a quem realmente merece. E, há muita gente e instituições no mundo que o merecem, pelo trabalho, dedicação e esforço altruísta em prol de muitas causas, que embora, nem sempre com o eco da visibilidade mediática, são responsáveis por “climas” de PAZ, nos “microcosmos” em que actuam. A título de exemplo, Fernando Nobre e a AMI.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

AMÁLIA, uma recordação



Não sou pessoa de ter por hábito idolatrar quem quer que seja, por isso, não é meu hábito recordar ou fazer referência, a nomes que para muitos, deverão ser reverenciados por todos. É assim a minha maneira de ser. Considero que na nossa "passagem" pela terra, o nosso destacar em qualquer que seja a área, não nos dá a ousadia de considerar-mos, seres superiores, susceptíveis de idolatração.


Abro todavia hoje, como abrirei com certos nomes futuramente, uma excepção, não para idolatrar, para recordar, por aquilo que fizeram ou eventualmente foram.


Quero hoje, recordar, AMÁLIA RODRIGUES, pela simples razão de ter tido o mérito de através do FADO, a canção nacional, ter levado o nome de Portugal, a todos os cantos do Mundo.


Quer se queira quer não, AMÁLIA, ainda hoje é reconhecida e respeitada por todo o mundo, e uma grande bandeira do nosso país.

AMÁLIA, uma recordação...