“Uma Pedra de Empecilho no Sapato”
Foto: Samuel Patrocínio
Já há muito tempo que não
escrevia para o “Palavras Sem Jeito.” Mas hoje apeteceu-me escrever.
Portugal tornou-se há
poucas horas, pela 16ª vez, Campeão do Mundo de Hóquei em Patins.
Sempre gostei muito desta
modalidade. Nunca joguei, nem sequer sei andar de patins. Devo à rádio e em particular
à Antena 1, ter-me incutido a paixão pelo Hóquei. Nos meus tempos de infância e
adolescência, a rádio era o meu contacto com o Mundo. E a rádio, sempre fez
questão de transmitir os relatos do Hóquei, em particular da Seleção Nacional,
não nos Campeonatos da Europa e do Mundo, mas também anualmente do Torneio de
Montreux, na Suíça.
Mas não é de Hóquei que
quero falar. É de Portugal.
Escusado será dizer, que
assisti à final deste Campeonato do Mundo, que teve lugar em Barcelona entre a
Argentina e Portugal.
Na Cerimónia de
consagração de Portugal, estava também a Seleção de Espanha, que obteve o 3º
lugar. Apesar de simpáticos, o rosto dos atletas Espanhóis era de desalento.
Nesse desalento veio-me à
memória, a pequenez territorial de Portugal, e as incursões sucessivas que
Castela empreendeu para conquistar e dominar este pequeno rectângulo. E pensei, somos pequenos, por vezes
menosprezados, mas a verdade é que se não valemos para outra coisa, valemos
para o facto, de sermos “uma pedra de empecilho no sapato” daquelas nações que
se julgam superiores. Em qualquer momento, pela ineficácia de ultrapassar e
levar de vencida a determinação e força da nossa gente, nas mais diversas vertentes e áreas da vida, esses países são obrigados a reconhecer a sua
impotência (E, isso dá-me gozo) perante um rectângulo que como diziam os
Romanos, “não se governa, mas também não se deixa governar.” Inconsistências
dos grandes.
Obs:
Apesar de ter nascido a ouvir dizer “Que de Espanha, nem bom vento, nem bom Casamento”,
tenho contactado muito com Espanha, tendo a minha opinião sobre “nuestros
hermanos”, vindo a alterar-se, contudo “Nunca confiar” definitivamente.