Foto: Samuel Ramos Patrocínio
Na verdade poucos serão aqueles, que alguma vez tenham pensado, perder a faculdade olfactiva, porém, todos nós já passamos por períodos em que devido a uma constipação, não temos o olfacto a “laboral”, com a normalidade a que diariamente estamos habituados.
Depois, há os outros cheiros, os nossos cheiros, os cheiros dos nossos incensos, das nossas comidas, dos nossos animais, da nossa casa e das vizinhos e os cheiros que vamos detectando ao longo do dia. Sentiria a sua falta se perdesse o olfacto. Sentir-me-ia perdido e desorientado, pois o olfacto, é também uma forma de comunicação. A cada cheiro, não preciso de ver imagens, para percepcionar o que está a acontecer. Por exemplo, se cheirar a gás, sei que tenho de agir, pois algo de mal poderá acontecer. Se cheirar a pão acabado de cozer, eu já sei que posso ir à padaria, isto não falando já, do efeito que os aromas de cariz medicinal têm sobre o nosso cérebro e das reacções que induzem.
E, há ainda cheiros que não me importava nada de perder, o cheiro do tubo de escape libertado pelo autocarro que tenho de ultrapassar todos os dias, que me deixa mais morto que vivo, o cheiro a herbicida, a adubos e outros químicos, que paulatinamente vão “substituindo as Essências do meu Campo.”
Na verdade poucos serão aqueles, que alguma vez tenham pensado, perder a faculdade olfactiva, porém, todos nós já passamos por períodos em que devido a uma constipação, não temos o olfacto a “laboral”, com a normalidade a que diariamente estamos habituados.
Do que mais gosto pela manhã, é de sentir a “Essência do Campo”, ou seja os seus aromas, os cheiros que emanam do campo, e que, poderão parecer insignificantes, mas que são de grande riqueza dada a sua constante mutabilidade. Todos os dias, e até várias vezes durante o dia, os aromas do campo vão-se alterando, ora cheira a terra lavrada, a terra molhada porque choveu ou porque o Campo foi regado, a um rebanho de ovelhas que acabou de passar, ao florir do rosmaninho ou do alecrim, aos pinheiros que foram cortados para se retirar a seiva, à ceifa de um campo de cereais, à cozedura de pão no forno de uma quinta, a lenha queimada que sai das lareiras, enfim, a um sem número de cheiros que nos chega ao olfacto e, intuitivamente nos incorpora no espaço físico a que pertencemos. Perder o olfacto era perder, uma parte daquilo que somos e, neste caso específico perder a matricidade cultural a que pertencemos e à qual fomos moldados.
Depois, há os outros cheiros, os nossos cheiros, os cheiros dos nossos incensos, das nossas comidas, dos nossos animais, da nossa casa e das vizinhos e os cheiros que vamos detectando ao longo do dia. Sentiria a sua falta se perdesse o olfacto. Sentir-me-ia perdido e desorientado, pois o olfacto, é também uma forma de comunicação. A cada cheiro, não preciso de ver imagens, para percepcionar o que está a acontecer. Por exemplo, se cheirar a gás, sei que tenho de agir, pois algo de mal poderá acontecer. Se cheirar a pão acabado de cozer, eu já sei que posso ir à padaria, isto não falando já, do efeito que os aromas de cariz medicinal têm sobre o nosso cérebro e das reacções que induzem.
E, há ainda cheiros que não me importava nada de perder, o cheiro do tubo de escape libertado pelo autocarro que tenho de ultrapassar todos os dias, que me deixa mais morto que vivo, o cheiro a herbicida, a adubos e outros químicos, que paulatinamente vão “substituindo as Essências do meu Campo.”