quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A História ainda não acabou… Presidente João Lourenço.
 


Devido a uma série de situações, não me tem sido possível, com a frequência que desejava “alimentar” o Palavras Sem Jeito. Também não prometo a regularidade, com que nos últimos tempos o fazia. Veremos.

Apesar de tudo queria fazer aqui uma, breve resenha pessoal das últimas eleições em Angola, e tomada de Posse do Presidente João Lourenço. 

Fica antes de mais a informação, que Luanda, foi a terra que me viu nascer e por lá vivi durante 4 antes. Depois… bem depois todos sabem, fui “chutado” de todos os meus direitos enquanto Angolano e enviado para Portugal. Por outras palavras, sou mais um refugiado, mas um refugiado que hoje tem muito orgulho em ser Português, mas também orgulho em ter nascido em Angola. 

Obrigaram-me à força a vir para Portugal, sem que nunca alguma vez me tivesse perguntado, se queria ser Português ou Angolano, isto já para não falar do violento roubo que fizeram aos meus pais, deixando-os sem nada, só porque eram portugueses e viviam em Angola. Aplicou-se a política do posso e mando, e muito portugueses ainda aplaudiram, apenas pela inveja de que outros pudessem vir a ter mais posses do que eles. 

Posso com toda a propriedade dizer que me roubaram do ponto de visto material tudo, absolutamente tudo e ainda a nacionalidade. Obrigaram os meus pais a começar literalmente do zero. E, mesmo assim, deram grandes lições aos portugueses que acusavam os seus conterrâneos de viverem à custa “do roubo dos negros”. E o sucesso de cá deveu-se ao sucesso do “roubo do brancos”. Lá como cá o sucesso deveu-se a muito trabalho e determinação.

Colocando esta situação à parte, e das observações e informações que vou tendo hoje de Angola, permite-me dizer que a Democracia, tal como a conhecemos em Portugal ainda fica muito longe, completamente a milhas,  daquilo que é o pensamento político Angola.
Assim, e apesar de tudo pareceu-me que para Angola, neste momento,  o candidato do MPLA, João Lourenço, seria ainda o melhor que se conseguia arranjar.

Parece-me que pode quebrar com a força emblemática de Eduardo dos Santos, e permitir pela pressão popular, que se crie um clima em Angola, em que a Democracia apesar de frágil e completamente incipiente, rodeada de ladrões,  possa, quero acreditar, ir ganhando enraizamento.

Na segunda parte deste mesmo texto, quero reportar-me ao facto de João Lourenço, não ter incluído Portugal como um país fundamental para Angola, quando sabe que Portugal é mais do que “fundamentalíssimo”, para Angola.

A sobranceria, orgulho e estupidez fê-lo cometer este grave erro. Esquece João Lourenço, que ainda um dia há-de sair da Presidência de Angola, e os “laços” entre ambos os países manter-se-ão. João Lourenço foi infantil.

João Lourenço e a elite Angolana, sabe que Portugal, “retirou” muitos bens de Angola, mas também sabe, que deixou muitas infraestruturas, e tinha uma população portuguesa disposta a viver em Angola, fazendo-a crescer.

Os seus amigos Chineses, Russos e outros de hoje, estão a fazer o mesmo? Não. Sabe bem que não. Sabe bem que apenas o que lhes interessa é sacaram tudo o que puderem de Angola. Nada mais. Depois saem de mansinho e nem dizem adeus.

Portugal foi colonizador, com tudo o que isso implica, mas os portugueses, adoptaram essa terra como sua e como tal ganharam raízes e queriam acima de tudo o progresso e o bem de Angola, fosse para negros ou para brancos.

A História ainda não acabou… Presidente João Lourenço.