terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Trump e a Coerência na Tugolândia


Segui as Eleições Norte-Americanas, muito de perto em virtude de pelo partido Republicano se ter candidato à Presidência dos EUA um homem, não politico, pelo qual tenho desde há muito consideração (por enquanto), apesar de ter aceite o convite de Secretário da Habitação de Donald Trump. Estou a falar de Ben Carson. 


Na altura quando Trump se apresentou como candidato, sempre pensei que nunca seria o nomeado pelo Partido Republicano à Casa Branca. Há medida que as primárias se foram desenrolando Estado a Estado, percebi que afinal estava enganado e que os Americanos, queriam uma mudança radical no estilo, forma e atitude.

Com toda a retórica de “sarjeta” Trump venceu as Eleições.

 Esperei até agora para perceber o sentido de governação. A primeira conclusão que retiro é que Donald Trump é coerente. O que disse em campanha, colocou em ação. 

Fazendo uma ligação com a “malta cá do burgo”, se Trump é  coerente, logo, é uma personagem “exemplar”. 
Para muitos políticos portugueses e outros doutos a coerência em política é uma virtude e deve enaltecida (não é esta a prática de políticos e não só para com políticos?), esquecendo ou atirando para debaixo do tapete, os verdadeiros valores que devem ser considerados. 

 Não discordo em momento algum de que os políticos devam ser coerentes. Aliás, essa deveria ser a prática comum. Porém, uma coisa é a coerência, outra, bem diferente são os valores que defendem e praticam. Coerência sem valores, não merecem consideração, quanto mais enaltecimento.

Presumo em conformidade com a coerência que tem sido a atitude e prática da nossa gente, que algumas das nossas figuras políticas e outros geniais esclarecidos,  estejam extremamente felizes com os valores do senhor Trump. Afinal o homem é coerente! E a coerência deve ser enaltecida! Não é o que têm dito?!

E o Mundo da Trumpalhada só agora começou…
 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

DESCOLONIZAÇÃO - A TESE


Sempre afirmei e escrevi aqui em post anterior, que a Descolonização portuguesa em África, era uma inevitabilidade. 

O que não era uma inevitabilidade, foi a forma como os dirigentes portugueses da altura, NÃO trataram dos interesses legítimos dos seus naturais que viviam nesses países

Apesar de muitos, hoje, justificarem a tragédia da descolonização, como sendo resultado de um conjunto de factos que se conjugaram e ultrapassaram a vontade da classe política e militar dirigente, tenho, também hoje eu por convicção, que a não salvaguarda legítima dos interesses dos portugueses que viviam nas colónias, foi intencional e deliberada.

A possível chegada a Portugal de um grande número de portugueses, que de uma forma geral possuíam posses, com uma visão ampla do mundo e da vida, colocou receios à classe política, não só porque temeram convulsões sociais dos portugueses “locais”, como hiper-temeram que estes constituíssem uma força política, passível de ter protagonismo e desta forma controlassem ou co-controlassem o Governo, colocando completamente em risco, ambições políticas e outros interesses (bem interessantes) de muitos.

Com subtileza e aproveitando a maré, apostaram no caos. Deixaram os seus concidadãos à mercê do nada, da injustiça, do sofrimento. Quebraram-lhes os sonhos, mataram-lhes a juventude, destruíram-lhes vidas… e o resto … o resto da História, todos conhecem, mas tem muito que se lhe diga.





terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Respeito / Ainda Mário Soares
Apesar de compreender a razão porque muitos portugueses, não gostavam de Mário Soares (eu próprio, vivi e vivo ainda na pele, as consequências nefastas - para mim muito nefastas - de um acto de natureza política, que também atribuo a Mário Soares, a Descolonização), não encaixa na minha personalidade e jeito de ser, as manifestações de contentamento e alegria, que muitos ousaram expressar pelo desaparecimento de Soares.

Um dos “gestos” mais básicos do Ser Humano, é respeitar o outro na dor, principalmente quando este se encontra moribundo ou perde a vida.
 
Uma coisa é discordar e apontar divergências de opinião ou de acção ao percurso político de alguém, outra bem diferente, é regredir ao mais vil da essência humana e entrar por caminhos de desrespeito, para não aplicar outras expressões, e para isso… não contam, nem contem comigo.
 

domingo, 8 de janeiro de 2017

A questão, que também faz parte do percurso político de Mário Soares



Ponderei se deveria ou não colocar este breve post, em virtude de muitos ainda se regerem por uma tacanhez de pensamento político e de se nortearem pelo endeusamento de determinadas figuras, não sendo meu objectivo criar polémica.

Porém, parafraseando alguns comentadores da nossa praça, "Inspirado no exemplo de determinação  e coragem que caracterizava Mário Soares", não poderia deixar de referir aquilo que é o meu pensamento relativamente ao seu percurso e acção política.

Reconheço em Soares o símbolo da Democracia e Liberdade. Reconheço-lhe o esforço para nos colocar no seio da família europeia. Reconheço-lhe a prática política junto das populações. Reconheço-lhe a genialidade como político. Mas, reconheço também em Soares, responsabilidade no Processo de Descolonização, e de que maneira.

Era inevitável o Processo de Descolonização. Mais ano menos ano, mais mês menos mês. A Conjuntura Internacional jamais permitiria que a Descolonização não se materializasse. Os interesse das super-potências e dos seus conglomerados já tinha ditado a sentença. Além do mais, a ambição dos naturais (incluindo de origem portuguesa) de tomar nas mãos os destino das suas nações era mais do que justa. 

Tenho acompanhado os debates e programas de informação sobre Mário Soares que ontem e hoje, têm passado pelas televisões portuguesas. Um dos convidados indagado a este respeito, afirmou que pouco se poderia fazer para manter as colónias africanas, porque os militares portugueses se recusaram a tal. Porém, não é essa a questão. A Descolonização era uma inevitabilidade. 

A questão, e única questão, repito, única questão, foi o facto de Portugal, e dos seus dirigentes não terem salvaguardado os interesses legítimos dos portugueses, tal como a generalidade dos países europeus tinha feito com os seus naturais, em processos similares. Essa é a verdadeira questão. 

A questão, que também faz parte do percurso e acção política de Mário Soares, e que, de maneira nenhuma pode ser escamoteada.