domingo, 31 de janeiro de 2010

SENSO ... DESÍGNIOS HUMANOS


Estudo de Salvador Dali

Sendo que apenas consigo colocar um Post de semana a semana, na hora de escrever, tenho sempre uma série de assuntos e, obrigatoriamente tenho de optar por um.

Surge toda esta conversa pelo facto, de ter mudado a ideia base, do que pretendia escrever, em virtude das imagens que foram publicadas no Facebook, referentes a atitudes comportamentais de médicos de Porto Rico a actuar no cenário de catástrofe do Haiti.

Esclareço já, que não sou consciência de ninguém, nem sou um indivíduo que considere não ser tolerável brincadeiras de descompressão em palcos em que o sentimento humano é a todo o tempo colocado à prova.

Sem ser um discípulo de puritanismo, a frieza, o que transmitem e o âmbito das fotografias é em meu entender demonstrativo de falta de senso e revelador de uma gratuitidade não compatível com o objectivo a que estes profissionais se propuseram.
Para o comum dos mortais, a imagem reflectida de um médico é a de alguém, dotado de inteligência superior, arredado de comportamentos, que já de si não abonam o mais básico e leviano dos ignorantes, quanto mais praticados por estes seres quase divinos. E, na situação presente, o pousar para a fotografia como que celebrando uma ode báquica, induz a uma paupérrima formação de carácter.

Não fazendo um paralelismo directo ao episódio acima descrito, vem a propósito a minha cada vez maior incapacidade, em ler correctamente os desígnios humanos, quando vejo noutros cenários e circunstâncias, uma maioria de determinados doutos a pavonear a sua intelectualidade e, muitas vezes simultaneamente a exibir faustosamente princípios cristãos arrogando-se em imaculados defensores da moral, onde ressalta os chavões, Deus e Família. Pena é que não utilizem a sua sapiência para a ajuda do seu semelhante, considerem de facto os ensinamentos de Deus e, respeitem de verdade, a família, deles e dos outros. São contudo estas personagens amados e prezados por muita gente, devido à sua posição social e capacidade de influência, e, não me estou a referir à classe política.

Acontece, que não tendo já paciência para essas figuras de estilo do saber e dos valores, e pedindo desculpa pela expressão, pois estão “mais cag…. que a mer…” (como se diz aqui pelo Alentejo), prefiro sem demagogia popular privar com o humilde de conhecimentos, mas que na sua grande maioria sabe respeitar e valorizar o homem, em toda a sua dignidade.

8 comentários:

  1. só posso concordar consigo relativamente á atitude dos médicos do Porto Rico.No resto do texto que se segue é bem verdade o que diz,na minha vila quando é preciso alguma coisa os senhores doutores, raramente se chegam à frente.Os primeiros a chegar-se à frente são sempre os que têm menos conhecimentos e também menos posses.
    Parece-me que quanto mais conhecimentos se tem menos se sente as dificuldades dos outros, mas depois e também tem razão vão a correr para a igreja. Enganam os padres mas não enganam o povo nem a Deus.
    um abraço.
    do seu leitor
    V.

    ResponderEliminar
  2. Olá,
    agradeço a visita, e passo para retribuir,
    não acompanhei esse caso do Haiti a fundo, mas pelo que você relata, mais uma vez a hipocrisia humana opera. As vezes tenho dúvidas quanto a veracidade das pessoas na escolha da profissão. Médicos não significam mais "aquele que salva, cuida de uma pessoa". Tornou-se aquele que quer grana, mais grana e nenhuma trabalho...

    Volte quando quiser...
    e é melhor nem se preocupar em entender, a gente acaba pirando...

    P.S. Você é de Portugal? Como encontrou meu blog? só por curiosidade.
    Abraços

    ResponderEliminar
  3. É verdade que os médicos de Porto Rico fizeram figuras tristes, mas estavam lá para ajudar enquanto alguns só sabem criticar, mas não foram para lá.
    Escrevem, escrevem e não dizem nada de jeito, por acaso não é o seu caso, mas fazer, não fazem.
    cecília.

    ResponderEliminar
  4. Francamente o caso é uma amostra tão "míseravel", do pior que tem a condição humana, que eu nem sabería descrever tão bem como o meu amigo aqui o fez. Acho que isto nem tem comparação com nada, é um bocado inexplicável... Não percebo muito bem, como é que demonstram sorrisos e boa disposição naquele contexto! Não era preciso chorar, mas rir também não me parece muito normal. Talvez porque, como a mim, só as imagens da televisão me chocam, estranho imenso as expressões descontraídas que revelam... Talvez tivessem contado alguma anedota...

    ResponderEliminar
  5. As imagens são tristes e chocantes o acto é de muito mau gosto mas muito mais triste é dar relevo ao ocorrido e mais triste ainda é pensar-se que esses médicos são mal formados ou desumanos, são frios e por isso estão lá num cenario terrivel.
    O que me deixa perturbado é ver gente que escreve tão bem que critica tando mas só escreve não deixaram o conforto do sofá para ir amputar membros, dar comida á boca de quem não consegue levantar a colher, por fraldas a adultos imoveis.
    Fico triste que tambem o meu amigo seja frio, se por um lado não concorda com a actuação dos referidos medicos por outro mistura palavrões com Deus e diz que não suporta chavões, mostra que foi magoado mas uma coisa se compreende não sabe perdoar, então para quê falar de coisas que não sabe o contexto.

    António Magro - Vila-Nova-de-Gaia

    ResponderEliminar
  6. Só um "aparte": Por acaso as pessoas aqui têm de dizer o que fazem em prol dos outros, seja pelo haiti, seja lá pelo que for? Ninguém por aqui sabe se as pessoas que comentam, estão de facto no sofá a "criticar", ou se fazem algo mais...

    ResponderEliminar
  7. Agradeço a todos os que até agora comentaram o presente Post, todavia, permitam-me o egoísmo de responder directamente a António Magro.

    1 - Agradeço muito ter entrado no meu (NOSSO) Blog e feito um comentário.
    2 - Independentemente de discordar de mim, no PALAVRAS SEM JEITO, todos os comentários que sejam escritos dentro das normas consideradas de bom senso, têm aqui lugar, com é o caso do seu comentário.
    3 - Opiniões contrárias, valorizam o PALAVRAS SEM JEITO. Embora este seja um projecto meu, deixou de sê-lo no momento em que aceitei comentários, passando a partir daí a ser MEU E SEU E DE TODOS OS QUE PARTICIPAM, LOGO NOSSO.

    Não obstante o acima descrito, gostaria de fazer um breve comentário ao que escreveu.
    1 - Não creio que os Médicos em causas sejam investidos de maior altruísmo só porque foram para o Haiti. Não lhes reconheço esse valor, a não ser que tenham ido, abdicando de todas as compensações monetárias, do seu país ou de qualquer organização não governamental, em suma, IR SEM QUERER NADA EM TROCA.
    2 - Nem todos puderam activamente participar no apoio ao Haiti, embora certamente se pudessem lá estariam.
    3 - Quanto às considerações que faz sobre mim, não as comentarei.
    4 - Concordo, que eventualmente os designados palavrões, não redigidos na totalidade, não fariam falta ao texto.

    A terminar agradeço muito a sua participação, neste NOSSO ESPAÇO QUE É O PALAVRAS SEM JEITO.

    ResponderEliminar
  8. Há atitudes que falam por si, imagens que pelo que têm de chocante nos dizem tudo, nem são preciso sequer comentários.
    Há comentários que também nos dizem tudo!
    Vejo com agrado uma vez mais que o amigo Samnio além de saber escrever muito bem, tem também "fair-play" (passe a expressão).
    Um abraço

    ResponderEliminar