sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A Laranja

Doce, amarga… um dos meus frutos preferidos, que não dispensava na minha adolescência, nas longas noites a estudar Matemática.

1, 2, 3, 4,…8, os exercícios de Matemática desenrolavam-se quase à mesma proporcionalidade, da minha ânsia devoradora de Laranjas. Ridicularizava o ditado popular,  “Laranja de manhã é ouro, ao meio dia é prata e à noite mata.” 

Não sei se este ditado tem qualquer aporte e fundamento científico, mas foi com dor,  com muita dor, que aprendi a considerá-lo totalmente “à letra”, sem qualquer margem para a mínima tolerância. 

Évora. Mil novecentos e noventa e quatro.  Domingo. O mês não me recordo. Era um dia como outro qualquer, mas foi uma noite  diferente de todas as outras. Meio da tarde, Retorno do antigo supermercado Ibérico, com cerca de dois quilos de Laranjas. Ao longo da tarde, paulatinamente ingiro apenas duas.  Só duas. Ao inicio da noite. Indisposição aguda. Hospital. Diagnóstico, paragem de digestão. 

Por mais duas vezes, pus à prova  o ditado popular. Por mais duas vezes o mesmo desfecho. 

Doce, amarga …  “Laranja de manhã é ouro, ao meio dia é prata e à noite mata.”


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