quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

HUMAN ROBOTS
Ilustração: Samuel Patrocínio

Admito sem rodeios que o meu ponto de vista, sobre o assunto que hoje trago ao “Palavras sem Jeitos”, radique numa incompreensão pessoal, e eventualmente nalguma tacanhez intelectual.

Não sou daqueles, que gosta de alinhar no diapasão de dizer à boca cheia, de que, “no meu tempo é que era bom”, numa alusão “aos tempos idos”. Tento compreender todas as épocas (lidas aqui como um espaço temporal de vida humana), porque o meu tempo, são todas as épocas da minha vida. Tento também a cada época actualizar-me e esforço-me por viver em consonância. Tal não quer dizer que me ajeite a viver cada época, com as banalidades da moda.

Sei que não sou Livre. Sou como toda a gente condicionado por um conjunto de situações que nos obrigam a coadunar com determinadas inconsistências, que o nosso Ser não preza. Contingências. 

O Condicionamento pelas contingências, não são um orgulho para ninguém, mas é uma incondicionalidade da vida. Muitas vezes são quase, uma situação de “vida ou morte”.

Coisa diferente, é oferecer a minha liberdade a desconhecidos, por motivos meramente incompreensíveis.

Colocar-me deliberadamente sobre a mão de alguém, ainda por cima, invisível,  por motivos fúteis, é um completo ato de cobardia à dignidade humana.

Do que estou a falar? Estou a falar de uma sociedade que vive, revive, e apenas vive para a frivolidade das redes sociais, dos jogos de computador e de outras dependências, que nos desviam integralmente do incisíssimo elemento que nos define como Seres Humanos. Saber Pensar. Utilizar o Raciocínio. 

Permitam-me que fixe agora a atenção nos jogos de computador. Que fixe a atenção na multitude de Jovens, que vive na cápsula do alheamento do Mundo onde vive. Gente, que quase apenas constrói a sua personalidade, à medida do desenrolar de uma etapa num determinado jogo. Há medida da arma que o seu avatar pega e com a violência com que esmaga o adversário. 

Gente que perdeu a sua identidade. Gente que respira a heroicidade de uma banal personagem de um jogo. Gente que passa pelo “portal” dos meandros do raciocínio humano, e numa cópula com a máquina, se transfere para o cerne da ação, que nunca existiu.

Gente que se coloca a mando de alguém a qualquer momento. E se esse alguém, tiver outras intenções que não somente o de explorar as “suas” fragilidades, transformando-as em dinheiro. Se tiver “outras” intenções, basta uma imperceptível mensagem para ter um exército de parolos, a quererem agradar ao “Amo”, que nem sequer conhecem e nem sabem que existe.

Sem comentários:

Enviar um comentário