domingo, 15 de abril de 2018

ENSINO PROFISSIONAL / RANKING
Desenho: Samuel Patrocínio

Nas últimas duas décadas o Ensino Profissional, principalmente o que é ministrado nas Escolas Profissionais, tem tido um papel preponderante no desenvolvimento de Portugal (quase sempre ignorado e pouco valorizado), ao permitir, a milhares jovens, a construção de competências que lhes possibilitam o exercício de uma Profissão.

Desde a sua formação que o Ensino Profissional, tem sido um Ensino de Qualidade, particularmente o que é ministrado pelas Escolas Profissionais. 

Não irei no presente post, discutir a propagação do Ensino Profissional, às Escolas Secundárias, mas em jeito de tweet,  a meu ver, em nada beneficiou a qualidade geral do Ensino Profissional. Acredito e defendo que o Ensino Profissional é nas Escolas Profissionais.

Há dias fui confrontado com um ranking, para as Escolas com Ensino Profissional, sejam elas Profissionais ou Secundárias. 

Acontece que esse ranking, pelo que sei, foi elaborado por um dos “nossos” jornais (pelo menos foi quem lhe deu eco), assente apenas numa única premissa. A premissa considerada foi o percentual de alunos que concluem o Ciclo de Formação.

Escalonar Escolas assente numa única premissa, nem se pode dizer que seja redutor, porque apenas um dado, em educação, não permite escalonar o que quer que seja.

Não se avaliou Projectos Educativos, não se avaliou Parcerias e Protocolos, não se avaliou o número de alunos que entrou no Ensino Superior, não se avaliou a qualidade de competências dos alunos,  entre muitos, muitos outros parâmetros. 

O modus operandi de uma determinada Instituição Escolar, é diferente do de outra. Logo, o rigor também é diferente.  Há sempre umas Instituições, que têm  “peneiras” com dimensões muito reduzidas, que apenas deixam passar minério valioso, e outras que têm outro tipos de peneiras, que deixam também passar algum cascalho. 

Julgo que as Escolas consideraram estes dados apenas como dados referenciais. Leviano seria considerá-lo de outra forma. E, certamente que a grande, grande maioria nem sequer os valorizou. 

Ainda assim, houve quem os valorizasse. 

Mas quem sabe se um dia a “moda pega (valorização dos dados)” e  a caixa de Pandora se abre. Nesse caso ficará escancarada a Auto-estrada para a Degradação da Qualidade do Ensino Profissional.

P.S – Concordo com um Ranking do Ensino Profissional, desde que, haja uma parametrização equilibrada e coerente das diversas variáveis que constituem o Projeto Educativo.


Sem comentários:

Enviar um comentário