
Não o vou fazer, ou por outra, se calhar até vou, se no texto abaixo se conseguir arranjar algum termo de correspondência entre o que vou narrar e a situação actual de Portugal.
As próximas palavras são denunciadoras de um quadro visual, que me deixou perplexo, na passada sexta-feira, dia 25 de Março.
Às Sextas-feiras por volta das 19/20 horas, e no sentido de descomprimir, da “stress” psíquico, específico das minhas funções de trabalho, gosta ou de dar uma “voltinha”, pela urbe, ou apenas ficar relaxadamente dentro do carro, a ouvir o programa “Contraditório” da Antena 1, enquanto observo/contemplo o vaivém quase contínuo de gente (que felizmente a minha rua tem, neste Alentejo, em que gente é mais do que uma bênção).
Nesta última Sexta-feira, deparei-me com um cenário, que para uns pode ser uma trivialidade, mas que a mim, confessamente me chocou e, não me importo de me chamarem demasiadamente conservador, ou e se quiserem qualquer epiteto que vos venha à cabeça.
No lado oposto da rua onde me encontrava, a ouvir o “Contraditório” vejo passar duas raparigas na casa dos seus onze, doze anos, numa posse a desfilar o adulto, levando cada uma na mão, um cigarro que num ritmo acelerado devoravam efusivamente.
Pensei que devia intervir e chamar à razão das petizes, mas cobardemente, mantive-me sereno, a escutar o desfilar das opiniões sobre como será o desenrolar das próximas eleições, possíveis cenários pós-eleitorais… e, assim, vai Portugal.
Cada um que julgue por si.