
Recordo na minha memória, há uns anos atrás que alguns políticos e não só, não se calavam com a frase “As Portas que Abril abriu.” (porque hoje acredito terem mais dificuldades em dizê-lo).
Reportar-se-iam certamente, às portas que Abril abriu a uma série de predestinado da nação, que se colaram ao regime com maior poder de sucção do que as lapas na rocha, sugando esta velha nação, até das entranhas mais putrefactas, apetecendo-me se tivesse boa voz, cantar “eles comem tudo e não deixam nada.”
Tenho para comigo atendendo à pressão e dinâmica Internacional, à forma de pensar de Marcelo Caetano, que se não houvesse o 25 de Abril, a questão da passagem de Portugal para outro regime político, estaria para breve. Marcelo não aguentaria muito mais tempo. Houve, quem se apercebesse disso e antes que fosse tarde… Facto indiscutível, e a confirmá-lo está o 25 de Novembro, que evidência claramente que nem todos os que se predispuseram a fazer o 25 de Abril, o fizeram inocentemente.
Desenvolvimento – depende da forma como se olham para os números, mas se não tivesse havido um 25 de Novembro provavelmente este item, seria da mesma ordem de grandeza dos que existem em países que são uma referência nesse capítulo, a Coreia do Norte e a tão espectacular tierra de Habana.
Resta-me apenas uma palavra de apreço, para todos aqueles que foram protagonistas do 25 de Abril e, o fizeram sem terem em mente qualquer tipo de interesse e, acreditando piamente que o povo Português seria o grande beneficiário. Esses merecem-me todo o respeito. Uma palavra de homenagem aos bravos de Novembro, que mandaram para as urtigas os planos de muita boa gente.
O tempo é sempre o grande decisor. Heróis de ontem, podem muito bem vir a ser gente “non grata” no futuro.
Já estamos a ver o que o tempo diz, vamos ver o que dirá.
P.S – Contribui há uns anos, como poucos em Portugal, para uma discussão séria e responsável sobre Abril, tendo permitido, que os principais líderes políticos da altura, expusessem claramente os seus pensamentos sobre o tema. Basta consultar os Jornais da altura.