SORVESSE OS PENSAMENTOS
Foto: Samuel Patrocínio
Passavam poucos minutos
das 17 horas. Sexta-feira, dia 25 de Maio. Para trás uma consulta de familiar
na Capital.
Sentei-me num dos sofás da ala esquerda do
Centro Comercial do Montijo, ali, mesmo ao lado dos cinemas.
Desde há praticamente o
inicio do mês os afazeres profissionais, pouco tempo me têm deixado para
escrever o que quer que seja aqui no “Palavras Sem Jeito”. Jeito de remediar a
situação, refugiar-me nas fotografias que postei.
Ali naquele sofá pensei
no facto.
Pensei que várias vezes
me apeteceu escrever sobre temas importantes que entretanto se foram desenrolando
e perderam a actualidade.
Por instantes debati-me
internamente sobre que tema iria fazer parte do próximo Post. Este. Debati-me, mas rapidamente mergulhei na
observação do redor, como faço vezes sem conta.
Nessas alturas elevo-me
à circunstância de voyeur, translado o foco por breves instantes, para os indivíduos passantes, como se penetrasse no seu crepúsculo e lhe sorvesse os
pensamentos. Tento intuir, o que lhes vai na alma, o que os atormenta, o que os
move … a sua essência, que género de SER
são … enfim, descaradamente roubo-lhes a privacidade, dispo-os do seu Espírito,
e encosto-os à parede sem lhe deixar qualquer espécie de refúgio e tudo sem sentir o mínimo remorso.
Vezes sem conta os meus
olhos fintam-se com os demais, e entrelaçam-se nos desvios misteriosos das
nossas formas empíricas. Por segundos constitui-mos uma só imagem. Uma imagem
sem cor, sem contorno, sem estrutura, sem forma. Uma imagem de entendimento
mútuo, mas sem projecção.
O tempo passou. Não me
apercebi.
A
volta pelas lojas tinha terminado.
Chegou ao fim a minha
terapia contemplativa.
Desvio o olhar para as compras que foram feitas e
faço-me à estrada até me embrenhar nas entranhas do Alqueva.
adoro observar, Samuel. viajo, k me farto, entre aspas, e faço juízos de valor, e isso é feio e grave.
ResponderEliminarentão do Montijo a Moura foi um instantinho.
beijo e bfds.