Olho Para Mim
Foto: Samuel Patrocínio
Olho
para mim e já não consigo disfarçar,
que
cresci.
Tornei-me
gente,
gente,
de
um Mundo de Ausentes.
Gente
de sonhos expropriados
a
troco de miseráveis sorrisos,
tirados
a escopros, gastos pelo uso,
da
lancinante
cratera
do SER.
Gente
de tresloucados espíritos,
atormentados,
por
presunçosos dias de uma infantil efemeridade,
que
trespassa o sentimento,
E
se embrenha na alma.
Gente
que foge do “eu”,
numa
maratona sem fim,
em
demanda do NADA, convencida
da
conquista do TUDO.
Gente
que se encrosta em trivialidades
rejeitando,
ser quem é,
e
se adorna em torno do despovoado,
degustando
suavemente,
uma
sapiência
que
despreza.
Gente
que melodiosamente tilinta em abruptos rodopios,
Desenhando
trajectórias,
de
felicidade,
que
as amarras da ignorância impedem de reconhecer.
Cresci.
Tornei-me
gente.
Gente
não muito diferente, de toda a gente
Sem comentários:
Enviar um comentário