quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O ACORDO DO DESACORDO
 Apesar de saber que o acordo ortográfico para a Língua Portuguesa nunca ter sido pacífico, com muitos intelectuais portugueses e não só a reclamarem o seu fim, a verdade, é que fui hoje surpreendido com a notícia de uma eventual suspensão do mesmo. 
 
Em bom rigor sou dos que nunca viu com bons olhos este acordo. Não posso contudo, corroborar com esta intenção de o suspender, pela simples razão, de já termos uma geração de crianças totalmente “formatadas” a este acordo. 

Não podemos tratar a Língua Portuguesa com leviandade. Hoje pensamos assim, amanhã, queremos mudar, no outro dia voltamos atrás. A Língua é um “edifício” estruturante, que não permite alterações profundas constantes. Assumimos que queríamos o acordo. Impusemo-lo nas Escolas e às nossas crianças. Resta-nos assumi-lo, ainda que dele possamos não gostar.

Devo referir que não sei totalmente escrever à luz do acordo. Nunca me consegui adaptar. Situação que é partilhada pela generalidade daqueles que fazem parte do meu ciclo social. Faço, infelizmente, uma escrita híbrida. Agora imaginem as nossas crianças e adolescentes terem subitamente de alterar as suas regras ortográficas. 

O acordo mal ou bem foi assumido, cumpra-se.
 

1 comentário:

  1. Concordo em absoluto com o que escreveu amigo Samnio.

    As crianças não têm culpa dos erros dos adultos.

    Um beijinho e bom fim de semana

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