quarta-feira, 11 de julho de 2018

COINCIDÊNCIAS


Há dias assim. Dias de Coincidências. 

No passado Domingo, dia 8, estive de visita às grutas de Mira de Aire. Conheço bem as grutas e Mira de Aire faz fronteira com o meu concelho de Alcanena, mais concretamente com a freguesia de Minde. 

Para mim nada de novo, mas para a minha filha tudo de novo.  Há uns tempos pediu-me que na próxima vez que fossemos ao Ribatejo, visitássemos as Grutas de Mira de Aire, por forma a ver “in locu”, conteúdos dados nas aulas.

Por necessidade imperiosa tive de antecipar a minha ida à capital do Ribatejo - Santarém, para o passado fim-de-semana, e apenas tive oportunidade de dar um saltinho a Mira de Aire no Domingo de manhã.

Aqui começam as Coincidências.

1ª Coincidência – Domingo, dia em que lá longe, para as bandas do Sol Nascente, numa outra gruta, um punhado de homens começava a operação de resgate das 12 crianças futebolistas e do seu treinador que estavam “presos à esperança”, na  lancinante escuridão do “interior da terra”. Até Mira de Aire e no regresso, fiz zapping nas rádios de noticias.

2ª Coincidência – No acto de compra do bilhete, fomos informados que faríamos a visita com um grupo. Pediram-nos que entrasse-mos para a sala de apresentação da gruta. Não estava ninguém na sala. Escolhemos livremente os nossos lugares e sentámo-nos nos lugares de trás. Ao fim de 3/4 minutos o grupo entrou.  Reconheço de imediato dois rostos. Nunca estivemos lado a lado. Nunca trocámos uma palavra. Para eles eu era um estranho como outro qualquer. Para mim, eu sabia quem eram. Eram rostos que vejo amiúde. Rapidamente percebi quem era aquele grupo. 

Pugnamos os mesmos valores religiosos, apesar de eu não frequentar fisicamente nenhum espaço.  Por vezes  aos Sábados encontro-os no ecrã do meu computador. A magia da Internet.   Eles vieram do Norte, eu do Sul. Qualquer um de nós tinha uma infinidade de oportunidades para ir visitar aquela gruta.  Mas fomos ao mesmo tempo.

Não conhecia pessoalmente ninguém. Nem ninguém me conhecia a mim. Mas todos que ali estavam do grupo e eu compreendia-mos a mesma linguagem.

Somente no fim do percurso me revelei a um casal, e apenas porque alguns familiares meus, não acreditavam na coincidência.

Nunca me revelei aos rostos que num destes Sábados voltarei a encontrar.

3ª Coincidência – Chegados a Santarém, sou alertado, para uma carrinha da autarquia para quem trabalho. Reduzi a velocidade e deixei-a passar. O “espanto” dos seus ocupantes foi igual a meu. Sei que estamos num país pequeno, mas encontrar a mais de 200 Kms,  colegas e ex-alunos, que fazem parte da nossa outra vida, não deixa de ter o seu quê. Não parámos. Deixei a carrinha passar e fazer a rotunda de 180 graus, ficámos lado a lado em sentidos opostos. De dentro da carrinha, vias braços efusivos no ar e imaginava o som estridente das vozes. Correspondi com agrado.
Há dias assim. Há dias de Coincidências.

Deixo-vos com algumas fotografias das Grutas de Mira de Aire.


                                                                                          Fotos: Samuel Patrocínio / Dispositivo: Telemóvel

1 comentário:

  1. Boa malha meu caro! Boa malha!
    Dar confiança,
    Penetrar em Mira de Aire
    é de saudar
    numa hora em que muitos pensarão
    "gruta? nem pensar!"

    ResponderEliminar