COINCIDÊNCIAS
Há
dias assim. Dias de Coincidências.
No
passado Domingo, dia 8, estive de visita às grutas de Mira de Aire. Conheço bem
as grutas e Mira de Aire faz fronteira com o meu concelho de Alcanena, mais
concretamente com a freguesia de Minde.
Para
mim nada de novo, mas para a minha filha tudo de novo. Há uns tempos pediu-me que na próxima
vez que fossemos ao Ribatejo, visitássemos as Grutas de Mira de Aire, por forma
a ver “in locu”, conteúdos dados nas aulas.
Por
necessidade imperiosa tive de antecipar a minha ida à capital do Ribatejo -
Santarém, para o passado fim-de-semana, e apenas tive oportunidade de dar um
saltinho a Mira de Aire no Domingo de manhã.
Aqui
começam as Coincidências.
1ª Coincidência – Domingo, dia
em que lá longe, para as bandas do Sol Nascente, numa outra gruta, um punhado de
homens começava a operação de resgate das 12 crianças futebolistas e do seu treinador
que estavam “presos à esperança”, na lancinante escuridão do “interior da terra”. Até
Mira de Aire e no regresso, fiz zapping nas rádios de noticias.
2ª Coincidência – No acto de
compra do bilhete, fomos informados que faríamos a visita com um grupo.
Pediram-nos que entrasse-mos para a sala de apresentação da gruta. Não estava
ninguém na sala. Escolhemos livremente os nossos lugares e sentámo-nos nos
lugares de trás. Ao fim de 3/4 minutos o grupo entrou. Reconheço de imediato dois rostos. Nunca
estivemos lado a lado. Nunca trocámos uma palavra. Para eles eu era um estranho
como outro qualquer. Para mim, eu sabia quem eram. Eram rostos que vejo amiúde.
Rapidamente percebi quem era aquele grupo.
Pugnamos
os mesmos valores religiosos, apesar de eu não frequentar fisicamente nenhum
espaço. Por vezes aos Sábados encontro-os no ecrã do meu
computador. A magia da Internet. Eles vieram do Norte, eu do Sul. Qualquer um
de nós tinha uma infinidade de oportunidades para ir visitar aquela gruta. Mas fomos ao mesmo tempo.
Não
conhecia pessoalmente ninguém. Nem ninguém me conhecia a mim. Mas todos que ali
estavam do grupo e eu compreendia-mos a mesma linguagem.
Somente
no fim do percurso me revelei a um casal, e apenas porque alguns familiares
meus, não acreditavam na coincidência.
Nunca
me revelei aos rostos que num destes Sábados voltarei a encontrar.
3ª Coincidência – Chegados a
Santarém, sou alertado, para uma carrinha da autarquia para quem trabalho.
Reduzi a velocidade e deixei-a passar. O “espanto” dos seus ocupantes foi igual
a meu. Sei que estamos num país pequeno, mas encontrar a mais de 200 Kms, colegas e ex-alunos, que fazem parte da nossa
outra vida, não deixa de ter o seu quê. Não parámos. Deixei a carrinha passar e
fazer a rotunda de 180 graus, ficámos lado a lado em sentidos opostos. De
dentro da carrinha, vias braços efusivos no ar e imaginava o som estridente das
vozes. Correspondi com agrado.
Há
dias assim. Há dias de Coincidências.
Deixo-vos
com algumas fotografias das Grutas de Mira de Aire.
Fotos: Samuel Patrocínio / Dispositivo: Telemóvel
Boa malha meu caro! Boa malha!
ResponderEliminarDar confiança,
Penetrar em Mira de Aire
é de saudar
numa hora em que muitos pensarão
"gruta? nem pensar!"